Portugal
Ultimamente tenho pensado muito em ir embora para
Portugal já
não
fui mesmo por falta de grana porque para ir pra lá tenho que ter no mínimo uns
vinte mil reais pra poder pagar o visto senão não poderei ir, e tenho que levar
uma boa quantia pra me manter até conseguir um emprego. Pois no começo terei
que trabalhar, depois que já estiver devidamente alojada conhecendo o lugar
onde vou morar a coisa muda.
Vou procurar saber
como vivem os aposentados. Ai só voltarei pro Brasil a passeio. Eu tenho uma
amiga que vai, para ficar 4 anos em Portugal, não sei em qual cidade ela vai
estudar mas é fácil pois ela já é formada em psicologia, tornado-se tudo mais
fácil. Tem outra coisa, ela já morou lá durante 2 anos então já vai com muitos
conhecimentos, eu não.
Pra mim é tudo muito
mais difícil, primeiro que já estou idosa, segundo que não tenho o estudo tendo
que trabalhar fazendo faxina que não é um serviço fácil. Isso eu posso dizer
com muita certeza pois já trabalhei muito nesse chamados serviços gerais. Meu
Deus, quando me lembro desse tempo fico pensando como eu consegui sobreviver,
teve uma época que era assim. Eu trabalhava em dois empregos, um durante o dia
o outro a noite toda, vou explicar melhor. É que durante o dia eu trabalhava
numa escola particular, seu nome é Escola Dinâmica, hoje é um colégio muito
famoso e rico, mas quando eu trabalhava a escola estava começando.
Foi quando a Eletrosul
estava se mudando para Floripa, só tinha crianças cujos pais eram funcionários
da Eletrosul, eu fui a primeira pessoa que trabalhou no serviços gerais, lá
fazia tudo sozinha, era uma casa muito grande de dois pisos e um pátio enorme. Eu
trabalhava das sete e meia às onze horas,
ia em casa para dar comida pros meus filhos e mandar pra escola, eram todos
pequenos, comia alguma coisa quando tinha pra mim comer, pois a comida era
muito pouca então eu dava pra eles eu tomava um café com farinha e voltava pro
trabalho. Tinha que estar de volta as doze horas, quando as salas estavam
vazias. Tinha que limpar tudo bem rápido antes que as crianças do outro período
chegassem, ai eu trabalhava até as dezoito horas.
Saia de lá correndo
ia em casa e para o outro trabalho que também era cuidar de crianças. Lá eu era plantonista da Serte. Na época a Serte ficava na Vitor Konder porque a parte
das crianças na Cachoeira do Bom Jesus tinha pegado fogo por isso eles estavam
aqui no centro, eu trabalhava uma noite sim outra não. Nas noites eu ia até as
sete da manhã, saia de lá correndo até minha casa trocava de roupa e ia pro
outro serviço. Tinha ficado a noite inteira sem dormir, trabalhava o dia todo ,
não me sentava pois se parasse eu dormiria. Assim trabalhei meses nesses dois
lugares para poder dar estudo e comida para meus filhos, tinha uma pequena
vantagem não pagava aluguel. Se me perguntassem se não tinha marido na época,
tinha sim, mas só pra bonito, pois o
dinheiro que ele recebia, que não era pouco, era tudo para ele fazer festa com
os amigos.
Os filhos passavam
fome em casa, foi um período muito triste eu era a tristeza em pessoa nem gosto
de me lembrar. Quanto trabalho eu já passei nesta vida, mas Deus é pai não
padrasto como diz o ditado, com o tempo as coisas foram mudando. Os filhos
foram crescendo graças a Deus, começaram a trabalhar, os mais velhos começaram
a ajudar os mais novos. Davam dinheiro
pra ajudar nas despesas da casa, hoje em dia graças a Deus, todos tomaram seu
rumo na vida. Uns estão com uma situação financeira boa, outros não tão boa,
mas todos trabalham, tem suas casas seus carros, são casados com filhos alguns
já com netos e assim vão vivendo.
Hoje me considero um
mulher milionária, com Paz, SAUDE e AMIGOS. Tenho uma vida tranquila me deito a
hora que quero e durmo, até quando quero não tenho que me levantar as cinco
horas da manhã para trabalhar. Hoje em dia, se resolvo ficar jogando no
computador a noite inteira eu fico mas no outro durmo quase o dia todo, pois não tenho que dar satisfação da minha
vida para ninguém. Graças a Deus só peço que ele continue me protegendo e me
Abençoando.
Maria de Lourdes Silveira
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