sexta-feira, 24 de janeiro de 2020


Portugal

Ultimamente tenho pensado muito em ir embora para Portugal já
 não fui mesmo por falta de grana porque para ir pra lá tenho que ter no mínimo uns vinte mil reais pra poder pagar o visto senão não poderei ir, e tenho que levar uma boa quantia pra me manter até conseguir um emprego. Pois no começo terei que trabalhar, depois que já estiver devidamente alojada conhecendo o lugar onde vou morar a coisa muda.
Vou procurar saber como vivem os aposentados. Ai só voltarei pro Brasil a passeio. Eu tenho uma amiga que vai, para ficar 4 anos em Portugal, não sei em qual cidade ela vai estudar mas é fácil pois ela já é formada em psicologia, tornado-se tudo mais fácil. Tem outra coisa, ela já morou lá durante 2 anos então já vai com muitos conhecimentos, eu não.
Pra mim é tudo muito mais difícil, primeiro que já estou idosa, segundo que não tenho o estudo tendo que trabalhar fazendo faxina que não é um serviço fácil. Isso eu posso dizer com muita certeza pois já trabalhei muito nesse chamados serviços gerais. Meu Deus, quando me lembro desse tempo fico pensando como eu consegui sobreviver, teve uma época que era assim. Eu trabalhava em dois empregos, um durante o dia o outro a noite toda, vou explicar melhor. É que durante o dia eu trabalhava numa escola particular, seu nome é Escola Dinâmica, hoje é um colégio muito famoso e rico, mas quando eu trabalhava a escola estava começando.
Foi quando a Eletrosul estava se mudando para Floripa, só tinha crianças cujos pais eram funcionários da Eletrosul, eu fui a primeira pessoa que trabalhou no serviços gerais, lá fazia tudo sozinha, era uma casa muito grande de dois pisos e um pátio enorme. Eu trabalhava das sete e meia às onze  horas, ia em casa para dar comida pros meus filhos e mandar pra escola, eram todos pequenos, comia alguma coisa quando tinha pra mim comer, pois a comida era muito pouca então eu dava pra eles eu tomava um café com farinha e voltava pro trabalho. Tinha que estar de volta as doze horas, quando as salas estavam vazias. Tinha que limpar tudo bem rápido antes que as crianças do outro período chegassem, ai eu trabalhava até as dezoito horas.
Saia de lá correndo ia em casa e para o outro trabalho que também era cuidar de crianças.  Lá eu era plantonista da Serte. Na época  a Serte ficava na Vitor Konder porque a parte das crianças na Cachoeira do Bom Jesus tinha pegado fogo por isso eles estavam aqui no centro, eu trabalhava uma noite sim outra não. Nas noites eu ia até as sete da manhã, saia de lá correndo até minha casa trocava de roupa e ia pro outro serviço. Tinha ficado a noite inteira sem dormir, trabalhava o dia todo , não me sentava pois se parasse eu dormiria. Assim trabalhei meses nesses dois lugares para poder dar estudo e comida para meus filhos, tinha uma pequena vantagem não pagava aluguel. Se me perguntassem se não tinha marido na época, tinha sim,  mas só pra bonito, pois o dinheiro que ele recebia, que não era pouco, era tudo para ele fazer festa com os amigos.
Os filhos passavam fome em casa, foi um período muito triste eu era a tristeza em pessoa nem gosto de me lembrar. Quanto trabalho eu já passei nesta vida, mas Deus é pai não padrasto como diz o ditado, com o tempo as coisas foram mudando. Os filhos foram crescendo graças a Deus, começaram a trabalhar, os mais velhos começaram a ajudar os mais novos.  Davam dinheiro pra ajudar nas despesas da casa, hoje em dia graças a Deus, todos tomaram seu rumo na vida. Uns estão com uma situação financeira boa, outros não tão boa, mas todos trabalham, tem suas casas seus carros, são casados com filhos alguns já com netos e assim vão vivendo.
Hoje me considero um mulher milionária, com Paz, SAUDE e AMIGOS. Tenho uma vida tranquila me deito a hora que quero e durmo, até quando quero não tenho que me levantar as cinco horas da manhã para trabalhar. Hoje em dia, se resolvo ficar jogando no computador a noite inteira eu fico mas no outro durmo quase o dia todo,  pois não tenho que dar satisfação da minha vida para ninguém. Graças a Deus só peço que ele continue me protegendo e me Abençoando.   

Maria de Lourdes Silveira                         

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